A importância de resolver o essencial
Quantas vezes você iniciou uma tarefa buscando criar a solução perfeita? Algo definitivo, que seja rápido, elegante e escalável. Se em algum momento você passou por isso, deve ter percebido que é mais fácil perder o foco. Isso sempre acontecia comigo quando eu tentava fazer o 'melhor possível'.
Algum tempo atrás, recebi a tarefa de criar um componente que fosse reutilizável e flexível. A ideia era que ele funcionasse como um 'Transfer List', aceitando qualquer tipo de dado e se adaptando às diferentes necessidades por meio das propriedades que o utilizador passasse. Isso me deixou muito animado, afinal, quem não gosta de um desafio?
No entanto, durante o processo de desenvolver esse desafio, percebi que estava invertendo algumas prioridades. Imagine que esse componente é uma casa. Naquele momento, eu estava construindo a casa pela mobília, e não pela base e pelas estruturas necessárias. Passei tanto tempo preocupado em tornar o componente 100% personalizável que acabei deixando o básico de lado. E o resultado não poderia ser diferente, um componente cheio de opções, personalizações, mas que não resolvia o problema inicial de forma clara.
Foi aí que aprendi uma das lições mais preciosas: não é preciso criar algo perfeito, mas sim algo que funcione bem para o propósito. Muitas vezes, a solução mais simples é de fato a melhor. Focar na essência do problema e deixar de lado as várias opções e personalizações foi o que finalmente trouxe clareza para que estava desenvolvendo. Construir a casa pelo seu alicerce e, a partir dele, desenvolver as outras estruturas fez mais sentido.
Hoje, sempre que tenho um desafio, me pergunto: 'O que isso realmente resolve? O que realmente importa para quem vai usar?'. Essa mudança de perspectiva me ajudou a criar soluções com mais clareza e convicção.
E você? Já gastou horas tentando prever todos os cenários em um componente, mas depois percebeu que ele ficou pesado e confuso? Como lida com a tentação de fazer tudo perfeito?